sexta-feira, 29 de junho de 2007

indecisão

Pensei muito
Olhei demais
Sonhei tanto
E o tempo passou

Muito pensar
Muito olhar
Muito sonhar

E nada restou

Pudera sonhar e realizar
Quisera olhar e descobrir

Pensei e não fiz
A mão não alcançou
Porque já não estava lá

Sonhei e acordei

Chapolin
A solidão me envolve
Com sua palidez gelada
Quatro paredes
Mais nada

chapolin
Passo pelas ruas
Ruas vazias

Passo a passo nas
Ruas escuras

Passo a mão na cabeça
Cabeça vazia

Passo a desistir das visões
Visões escuras

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Seu corpo

Eu vejo seu corpo abandonado em meio a entulho e grama suja. Agora você é um objeto, porque há algumas horas dei descarga na sua alma. Mas você ainda continua com rosto de menina. Desculpe, eu arranquei parte do seu cabelo. Seu joelho. Desculpe por ele também. Você não devia ter corrido, por que não me entendeu? Só dessa maneira para eu ter você nos meus braços.
Seus olhos, que eram castanhos, ficaram tão avermelhados, cheios de rugas nas órbitas. Aquele tombo foi brusco, uma tragédia. Não pude evitar: depois que você caiu e começou a sufocar, precisei espetar seu tórax. Não agüentei ver você em convulsão. Foi bem no osso, sei disso porque a faca ficou meio torta. Não sabia que você tinha tanto sangue no corpo, foi uma bagunça. Graças a Deus que sua família foi para o Paraná.
Flores brotaram de seu tórax aberto. Seus seios darão lugar a lindas flores que plantarei. Porque essa vai ser minha homenagem. Por que flores? Porque são iguais a você que com uma pequena brisa se estremece toda. Você era tão sensível, tão cheia de resmungos. Agora você esta aí no chão, com o pescoço torto. Se estivesse viva, você estaria reclamando do sol quente, do chão duro, da sujeira. Mas não, você está tão serena. Toda rochinha, coitada!
Agora que notei: você está de meias. Não sabia que usa meias para dormir. Agora sei tanto sobre você. Até hoje de manhã nunca tinha entrado na sua casa. Nunca tinha visto seu quarto. Foi uma surpresa achar seu uniforme da escola no armário. Fazem tantos anos. Eu queria fazer tantas perguntas. Mas agora não faz mal, tudo bem...
Filha da puta! Por que você não me entendeu?
Agora chega, eu preciso ir. Vou esperar sua irmã voltar da faculdade. Espero que ela me entenda melhor do que você.


R.F.S.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Que...

Que a mãe terra cuide de nós e nós dela
Que as paixões sejam intensas e inesquecíveis,
Que os amigos sejam muitos e verdadeiros,
Que os momentos felizes sejam bem vividos e que sempre estejamos bem acompanhados,
Que os beijos sejam longos e cheios de desejo
Que o vinho seja tão bom quanto o da ultima vez que bebemos
Que a música seja mais alegre do que a que ouvimos ontem
Que os erros aconteçam e que as lições sejam ainda maiores
Que sempre existam fogueiras e amigos ao redor
Que os amores sejam eternos
Que as tardes de Sol sejam quentes
Que nas madrugadas chuvosas nossos pés estejam sempre aquecidos
Que o pôr-do-sol seja lindo
Que o fim de tarde seja cada vez mais nostálgico
Que as crianças sorriam mais
Que os velhos se amem mais
Que os adultos se preocupem menos
Que a vida seja bela
Que este poema tenha sentido
Que possamos amar mais
Que sejamos todos mais loucos
Que os sorrisos sejam mais altos
Que os gritos sejam mais fortes
Que o banho de chuva seja inesperado
Que o reencontro seja tão belo quando o encontro
Que a diversão não tenha fim
Que a música não pare
Que as coisas mais simples desta vida possam nos fazer felizes.
Que o fim seja só mais um começo

Chapolin...

Almejada Liberdade

De longe batia o vento nas palmeiras altas...Havia um leve silêncio nas montanhas...A paz reinava...Uma gota rolava das rosas brancas, era o que restara da chuva...Do silêncio vinha à saudade, da saudade surgia à lágrima.Restava uma pequena brecha, e a esperada luz do sol brilhava secando assim a gota que rolará...Só o que restará fora a rosa ainda molhada e das palmeiras o eco que ficará...Havia um silêncio, só esse silêncio era doce!Agora a pequena brecha está sendo iluminada pelo sol, esse espaço que me restou, só ele podia me libertar...Almejada liberdade! Uma porta entreaberta...Quisera eu agarrar essa liberdade! Como o raio do sol que penetra a Terra!Voaria no infinito, sentiria o vento em meu rosto e abraçaria o meu presente...

Apenas

Quando eu sinto
Queto eu sinto
Veja, não minto,
Como parado estou

Como eu sinto?
Queto a esperança
Da utopia virgem
Dum grande amor

Tomara que exista
Para todos flores
De vários amores

Passos à frente
Mesmos pra trás
Agora , vou lá...

Pranto, riso e pranto

Quando me sento , queto , só lamento
Sob a diretriz do meu pensamento
Que calcula o que sou , mas não sou
Driblando a felicidade que restou , pouca...

Para a mágoa se tornar feliz
Eu vivo a vida por um triz
Tentando, tentando , tentando
Me livrando ,assim, tudo deixando

É como andar num labirinto
Sem chegar em algum lugar
Indo , apenas , pra lá

E um bom observador dirá:
- Nossa , quanta dor que há!
Daí me sento...só lamento

À imagem

Sorrateiro entre portas
És tua gravata que te enforca
Liberdade , igualdade e fraternidade
Sem emoção ... coma torta.
Sofista, pode ser
Vagabundo , pode ser
Drogado , tudo bem
Mas , por favor
Não seja o que tem

Rotulado de sofista , drogado e vagabundo
É um absurdo neste mundo
Mas prefiro isso a ter o sentimento de ter
Pois quem tem , apenas tem
Não mais dá valor ao ser

Igualdade , econômica
Fraternidade , mãe e filho
Liberdade , condicional

terça-feira, 26 de junho de 2007

entretanto...
"o homem está condenado a ser livre."
"a dor é inevitável, o sofrimento é opcional"