quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

(sem titulo)

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minha vida é vênus,
fragata perdida.

pendurada alto,
no fundo do céu.

constelada ao longe,
com navios do mar.




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se passada no dia,
explode em pó.
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se atrelada na noite,
apaga entre estrelas.
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time-down

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nesses tempos de momentos
de instantes que não param
segundos futeis que nao se tocam
semanas tristes que se abalam
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diarios criveis de lamentos
em gritos loucos que não calam
defuntos sobrios que se enforcam
faces escuras que se encaram

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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

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minha vida é a noite

sem som do tom

[o açoite]

na vida vivida da noite

sem som do tom

[o açoite]

da vida vivida do dia

sem tom vazio

de vida vinda do dia

sem som vazio

[dia de açoite]

do som tomado da vida

vivida vinda do dia

minha vida é a noite

sem som do tom

[o açoite]

da vida vivida no dia

[o açoite]

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Batalha dos Homens

(livro do céu-inferno)
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demonios foram extintos
penitentes voltaram à vida
o senhor de baixo pactuou a morte
o lorde de cima suicidou a esperança
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Batalha dos Homens

(livro do céu-inferno : Cântico)
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um a dois passos acima
vamos voltem sem perdao
do castigo saiam em fila
se acabou a puniçao
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terça-feira, 11 de novembro de 2008

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A Batalha dos Homens

(livro dos homens - cap.1: The Twin Room Project, parte dois)
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A mente afundada num mangue de letais pensamentos enquanto que de seus olhos saiam em procisão incontiveis lágrimas, doloridas, quase tóxicas. Elas marcavam a pele do seu rosto, abrindo valas, como um esgoto que procura por onde desaguar. Mantinha as mãos serradas fortemente uma na outra, suas unhas – a muito tempo sem corte, algumas quebradas, cravavam-se nela e por aqueles orifícios virgens escorriam gotas do seu sangue ralo, pálido e frio. Seu corpo, depositado num imundo colchonete, mofado e repleto de pulgas, compunha o cenário ao lado de alguns animais mortos e de outros animais vivos – que percorriam desorientados as trilhas de migalhas da comida que não havia mais. As paredes descascadas revelavam o gosto dos primeiros e segundos e consecutivos moradores, o pichamento revelava o gosto dos últimos. Em um canto, resistia precariamente presa à parede, uma pia de cozinha, água até o extremo da sua borda – um líquido esverdeado e podre onde pedaços de carne crua boiavam decompostos. Em outro canto, no mais escuro dos quatro cantos, via-se um lençol embolado e abandonado ao chão - ali escondia-se o que os seus olhos chamais suportariam ver. Era ali que estava tudo... Não haviam janelas. Os sons que ouvia-se eram abafados e roucos – alguns mais claros e nítidos eram produzidos ali mesmo, canos que rangiam, vidros que se quebravam, tijolos que caiam. A pouca luz que invadia o antro, se esgueirava por buracos e rachaduras do forro – que se despedaçava aos poucos. Era por ali que ela espiava o piso superior, deserto, silencioso, tranqüilamente claro. Alucianada, via nele a perdida possibilidade de redenção, o retorno a uma vida que perdeu sem ganhar. Nos breves momentos em que dormia, alguns poucos e curtos que a dor visceral a permitia, perturbava-se com sonhos ruins – experimentava neles a repetida e desesperadora sensação de cair, de desabar, de chocar-se contra o chão após quedas vertiginosas e psicodélicas. A porta do apartamento permanecia entreaberta e aparentava a mesma podridão do que mais havia ali – já não sobrara nenhum brilho na tinta a óleo azul com a qual fora pintada a décadas atrás. Na parede ao lado via-se um antigo interruptor que descia do teto, nele expunha-se marcas de um curto circuito e as manchas de um pequeno incêndio, improvável que funcionasse, e se milagrosamente o fizesse, de nada adiantaria – a lâmpada já havia despencado do forro e seus estilhaços de vidro eram encontrados por todo o chão.

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Batalha dos Homens

(livro dos homens - cap.2: Proverbios, um)
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Batalha dos Homens

(livro dos homens - cap.1: The Twin Room Project)
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Batalha dos Homens

(livro dos homens - cap.1: The Twin Room Project , parte um)
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Depois de subir alguns andares de elevador, Suan convence-se a continuar o caminho pelas escadas ate o seu apartamento. Mora no penúltimo andar. Por conta de problemas mecânicos tem de subir cinco lances de escadas ate sua porta. Não é novidade perceber que talvez seja o único a fazer o caminho penoso pelas escadarias maltratadas do topo do edifício. Cada degrau é um passo ou ate menos. Seu pé quase não se apóia sobre o cimento de planejamento defeituoso. As escadas são curtas, muito perto umas das outras. Mais do do que desprenderem ruídos insuportáveis e serem incomodas para qualquer ouvido, elas são perigosas. Elas não caem, não quebram, e tão pouco dão sinais de envelhecimento. O verdadeiro drama não estão nesses retângulos de tom obscuro, que quisera alguém que não combinasse com as paredes pintadas de cal e água, e sim em cada segundo de tempo que se perde em pensamentos no fôlego de se chegar ao destino que elas levam. Cada gota de suor, cada suspiro, cada esforço de músculo não é nem minimamente compensado pela imaginação descrente do homem que trilha essas escadarias sufocado senão pelos próprios infortúnios, ao menos pela ausência de ar e excesso de 'xileno' que se exala das cores que deveriam ser de tinta. Da falta do que respirar, ele contenta-se então em inalar um 'algo' que não define se sai daqueles cubículos ascendentes, ou de sua própria camisa. Quanto ao calor ele não reclama. Quem dera se naquela atmosfera fria pudesse haver uma brisa quente, abafada, úmida. O caminho vai chegando ao fim e cada marca de sola de sapato que Suan deixa na poeira do chão, o faz lembrar que ninguém mais alem dele ousa desafiar os últimos andares esquecidos.
Ele chega a porta de seu 'lar' desleixado. Não faz esforço para tirar as chaves do bolso. Simplesmente gira a maçaneta, entra, e perde-se na escuridão de alguns poucos cômodos.
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Batalha dos Homens

(diario das asas de ferro - SNº)
monologo do homem completo - dois
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A pouco tempo diria nós em vez de mim, mas como conseqüência da auto-flagelação generalizada a que a humanidade se entrega, admito-me apenas como um de mais tantos. Sendo assim, cada ser procura seu próprio caminho ou, em outras palavras, a forma mais dolorida de sofrer. Apressamo-nos em trilhar o corredor da morte, fecunda fonte de vida. Atento-me, entretanto, ao meio do caminho, que ilustra, senão o extremo de sagacidade, ao menos o mínimo de esperança. Pois caminhar em cima de um chão falso não só me satisfaz como também celebra a tão esperada recompensa pelo nada. O trofeu que levarei para mostrar aos meus filhos será um 'nada' entalhado às custas de provérbios populares que clamam o tudo. Mas eis que pelo menos venci. E na corrida em qual disputava corriam concorrentes de peso. O peso de tudo. E na maratona antológica entre a infinitude do universo, e a finitude do vazio, quem ultrapassou da linha de chegada fui eu, um rico humano. E qual felicidade maior haveria de ter esse pobre animal que vos fala, a não ser ter celebres palavras escritas em uma lapide pré-construída: “Aqui jaz um campeão. Pois soube que perder é a mera inversão de ganhar”. Há ainda mais beleza nas palavras ditas do que na taça de tomar vinho que levei para casa. E o que mais estilisticamente aproveitavel do que palavras bem descritas – bem explicadas? Pois a busca a que todos nós nos referimos durante a vida é acompanhada não só por uma sonata, mas também por cantigas populares. E se ao menos essas não são tão ininteligiveis quanto o 'porque da vida', ao menos são difíceis de ser entendidas com o vento rajando os nossos ouvidos. O que se ouve então, não passa de ruídos extravagantes que insistimos em repetir incessantemente, as vezes acompanhados por um dó e outras por uma dor. A duvida que resta é se soletramos vogais de outros ou consoantes de ontem, e se o que se quer dizer não é mais do que mera alusão ao que queria que se fosse cedido à crença em nossa própria pessoa. “Sou porque sou”!. Visivelmente inacreditável é claro. E o que não corrompe a crença que temos em não sermos nós mesmo? Debaixo das pegadas que deixei na terra abatida da floresta do desespero que tentava transpassar, encontrei a resposta : tudo. Se voltar a falar disso lhes comove, ou pelo contrario, lhes deixa indignados, peço desculpas humildemente por ser tão progressista a ponto de retomar um assunto já deixado para trás. A explicação advem do fato que nada caminha tão reto do que um circulo – tão perfeito que não admite que se saia fora do traçado. Sem perceber encontrei debaixo da marca dos meu calçados, o contorno de pés que já sabiam o caminho que trilharia pelo resto da vida. Abdiquei, portanto, ao direito de percorrer o extremo do inicio ao fim, pois percebi que nada seria mais obvio do que conceber o caminho como sendo sempre o mesmo – o ciclo da vida – que mesmo não comportando a exata metade onde me situo, ainda me oferece um lugar desconfortável o suficiente para poder vislumbrar o que todos queremos na busca a que nos propomos – uma vida pouco confortavel.
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domingo, 9 de novembro de 2008

Batalha dos Homens

(notas das fronteiras findadas - A Vontade de Ir e o Desejo de Ficar)

homens de asas de aço
corroídas
caídas no ar

anjos negros
descalços
calados no mar

cem degraus sem fé construídos
sem asas sem pé percorridos

os anjos em silêncio
os homens aos gritos

das vozes
trovões se espalham
homens não calam
o fado rejeitam

anjo calado
engano findado
o fado coroado

é findada a fronteira
verdade sorrateira

arteira aos anjos
aos homens
traiçoeira

sábado, 8 de novembro de 2008

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Batalha dos Homens
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Di Persona..................
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Batalha dos Homens

(livro do céu-inferno)
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no dominio de baixo
gelam-se caldeiras mortalhas
surrupia-se o poder
assassina-se bestas vermelhas
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Batalha dos Homens

(livro do céu-inferno)
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depois do fogo ateado no céu
nuvens flamejantes iluminam a terra
cinzas do paraiso espalham-se no chão
demonios e deuses exilam o mundo
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Batalha dos Homens

(livro do céu-inferno)
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quando o infinito céu azul
se conteve na duvida preta
e absteve a certeza branca
o universo se permitiu mais
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Batalha dos Homens

(notas das fronteiras findadas - O Entreposto)
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cem degraus
entre os fios de cobre dos louros cabelos
brocas presas ao gelo do chão
e as raízes de ferro soltas
entre atômicos cogumelos
após explosão
cem degraus entre as raizes de ferro
brocas presas ao gelo do chão
e os fios de cobre dos louros cabelos
ouriçados no céu
entre atômicos cogumelos
após explosão
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Batalha dos Homens

(livro dos anjos - cap.1: O Vôo dos Anjos que Caíram)
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sozinhos senhores alados não levantavam
o peso das costas impediam o vôo
a força das penas inclinavam a cabeça
os pés descalços não suportavam asfalto
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descalços os pés não levantavam a cabeça
penas não suportavam o asfalto
senhores da força impedidos vôo
sozinhos o peso inclinava as costas aladas
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com o peso não levantavam os pés
o asfalto não suportava o alado vôo
senhores com pena inclinavam a cabeça
descalços sozinhos impediam força nas costas
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Batalha dos Homens

(Batalha dos Homens - prólogo)
O Senhor e o Senhor
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o pior dos anjos governava o fogo
o melhor dos homens dominou o ar
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à semelhança do maior humano
seres vivos evoluiram do mar
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à indiferença da hominidade
condenou-se maus alados ao chão
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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Batalha dos Homens

(notas das fronteiras findadas - O Fado)
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um par de raízes de ferro
enterradas no ar
asas desintegradas - derramadas
no chão - o não
voar

óleo sangrado - jorrado
evaporado ao sol

homem engrenado
na terra
as pernas
de não - caminhar

alavanca na onda do mar
sal na ferida - partida
parte achada

a parte
perdida
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Batalha dos Homens

.(diario das asas de ferro - SNº)
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quando os homens foram expulsos do céu
restaram poucos anjos terrestres
os melhores dos anjos com asas de aço
os piores dos homens com penas de metal
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sobrou na terra o brilho de olhos sem lágrimas
de homens alados 'despensando' por pena
no peito o motor do movimento impróprio
o sentimento dos anjos aos homens indevido
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nas nuvens orvalhos de crisma sem distinção
na força do vento esforço de plumas em vão
anjo negro pesado pés descalço pensamento letal
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energia sem alma de um sol factual
o calor de brisas de entendidos verões
'facam' invernos arrancam aureolas sem facões
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domingo, 19 de outubro de 2008

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"Quando se gosta, gosta-se de baixo para cima e de cima para baixo. Gosta-se da direita para a esquerda e da esquerda para a direita. Na diagonal. Gosta-se de manha, à noite e à tarde. Gosta-se no café, no parqe, na rua, na praia. Gosta-se a rir, a falar, a berrar, até a chorar. Gosta-se a andar, a correr, a saltar, a passear, de patins , de biciclete, de carro. Gosta-se quente, gosta-se frio. Morno. Gosta-se liquido, sólido e gasoso. Gosta-se a preto, gosta-se a branco. A cores. A lápis de cera. A aguarela. A grafite. A guache. A carvão. A verde. A laranja. A marcadores. A vermelho ou roxo. Gosta-se com desenhos, com esculturas, com pinturas. Gosta-se a plasticina, areia e barro. Gosta-se com musica, com sabores. Aromatizado. Gosta-se de ver e de tocar. Gosta-se de olhos abertos, olhos fechados, gosta-se de pernas para o ar, de braços esticados, gosta-se com o nariz p´ro céu. Gosta-se com champanhe ou cerveja. Gosta-se solto ou preso. Gosta-se com gelado, congelado, a escaldar. Gosta-se bem e mal passado. Gosta-se com e sem prato. Gosta-se às trincas, às colheradas, às garfadas.Quando se gosta. Gosta-se por tudo. Gosta-se por nada. Gosta-se."
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(como sempre, somos a favor do respeito aos
direitos autorais.a culpa toda é do Copyright!)
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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

consumentalizaçao

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se penso
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a sua alma
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prende
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a respiraçao
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para
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sufoca.
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o pulmao desiste
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morre
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a dor
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vive
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uma carcaça
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sem
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o ventre
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quinta-feira, 31 de julho de 2008

O mundo conduz-se por mentiras. Quem quiser despertá-lo ou conduzi-lo terá que mentir-lhe delirantemente, e fá-lo-á com tanto mais êxito quanto mais mentir a si mesmo e se compenetrar da verdade da mentira que criou.
FERNANDO PESSOA

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Nada mais desaparece pelo fim ou pela morte. Se quer acabar com algo, prolifere, contamine, sature! Nada desaparece se você o esconde, use a transparência. É o simulacro de que algo morreu que mantém teu algo vivo. Leve ao extremo, Cause a metástese daquilo que deseja diluir. Se empenhe na disseminação patológica, se inspire em uma difusão virótica, recorra as proliferações excessivas e caóticas, banalize, possibilite a hiper-exposição do teu algo, lhe dê visibilidade exagerada e doentia. Inunde de luz.

Lembre: o excesso de luz faz desaparecer uma imagem.

E acredite: não passa de imagem.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Reflexoes Continuadas do Campo

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nas nuvens do ceu pintei flores azuis
e soprei a brisa com suave perfume
onde que encontro o verdadeiro caminho
para o jardim com abraços de rosas
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fiquei a perseguir lindas borboletas
de longas e amarelas asas voadoras
que direçao segui ate o anoitecer
do sol de ultimo raio iluminado
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no segredo das longas mantas verdes
de uma arvore elevada alem das vistas
confessei a desalegria colorida
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onde estao os lirios que me descansavam
enquanto dormia nas folhas ja secas
de tanto esperar o orvalho do dia
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quarta-feira, 16 de julho de 2008

Visto que talvez nem tudo seja falso, que nada, ó meu amor, nos cure do prazer quase-espasmo de mentir. Requinte último! Perversão máxima! A mentira absurda tem todo o encanto do perverso com o último e maior encanto de ser inocente. A perversão de propósito inocente – quem excederá, ó [...] o requinte máximo disto? A perversão que nem aspira a dar-nos gozo, que nem tem a fúria de nos causar dor, que cai para o chão entre o prazer e a dor, inútil e absurda como um brinquedo mal feito com que um adulto quisesse divertir-se! Não conheces, ó Deliciosa, o prazer de comprar coisas que não são precisas? Sabes o sabor aos caminhos que, se os tomássemos esquecidos, era por erro que os tomaríamos? Que acto humano tem uma cor tão bela como os actos espúrios – [...] que mentem à sua própria natureza e desmentem o que lhes é a intenção? A sublimidade de desperdiçar uma vida que podia ser útil, de nunca executar uma obra que por força seria bela, de abandonar a meio caminho a estrada certa da vitória! Ah, meu amor, a glória das obras que se perderam e nunca se acharão, dos tratados que são títulos apenas hoje, das bibliotecas que arderam, das estátuas que foram partidas. Que santificados do Absurdo os artistas que queimaram uma obra muito bela, daqueles que, podendo fazer uma obra bela, de propósito a fizeram imperfeita, daqueles poetas máximos do Silêncio que, reconhecendo que poderiam fazer obra de todo perfeita, preferiram ousá-la de nunca a fazer. (Se fora imperfeita, vá). Quão mais bela a Gioconda desde que a não pudéssemos ver! E se quem a roubasse a queimasse, quão artista seria, que maior artista que aquele que a pintou! Por que é bela a arte? Porque é inútil. Por que é feia a vida? Porque é toda fins e propósitos e intenções. Todos os seus caminhos são para ir de um ponto para o outro. Quem nos dera o caminho feito de um lugar donde ninguém parte para um lugar para onde ninguém vai! Quem desse a sua vida a construir uma estrada começada meio de um campo e indo ter ao meio de um outro; que, prolongada, seria útil, mas que ficava, sublimemente, só o meio de uma estrada. A beleza das ruínas? O não servirem já para nada. A doçura do passado? O recordá-lo, porque recordá-lo é torná-lo presente, e ele nem o é, nem o pode ser – o absurdo, meu amor, o absurdo. E eu que digo isto – por que escrevo eu este livro? Porque o reconheço imperfeito. Calado seria a perfeição; escrito, imperfeiçoa-se; por isso escrevo. E, sobretudo, porque defendo a inutilidade, o absurdo [...], – eu escrevo este livro para mentir a mim próprio, para trair a minha própria teoria. E a suprema glória disto tudo, meu amor, é pensar que talvez isto não seja verdade, nem eu o creia verdadeiro. E quando a mentira começar a dar-nos prazer, falemos a verdade para lhe mentirmos. E quando nos causar angústia, paremos para que o sofrimento nos não signifique nem perversamente prazer...
FERNANDO PESSOA

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Amigos o caralho

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eu fui abrir a porra da caixa de emails dessa conta aqui, e tem um monte de email do AMIGOS.COM. quem e' o puto carente que fica entrando em site de relacionamento pra encontra namorada? porra, mas nem eu faco isso.
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so tem os perdidos mesmo hein.
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kkkk
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terça-feira, 1 de julho de 2008

Monologo para o Homem Completo - tres *

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o que é isso que chamam de poesia?com certeza nao é o que eu entendo pelo mesmo nome. pois o que vejo é mais uma linha em seus curriculos. e de todo o montante de propositos inuteis que dizem nao terem, se sobressai aquele a que chaman identidade. o que melhor do que ser diferente? pois nao sei o que seria melhor, ja que assim voces me perguntam. mas eis que a diferença que tanto procuram é igualmente copiada por tantos como voces. o que sai de suas letras nao é nada mais do que as camisas pretas, os sonhos incitados pela midia, e as esperanças de quererem ser mais humanos do que verdadeiramente são. entao porque renegar isso? porque voces tentam se afastar do que sao e do que todos, em algum grau, compartilham com voces? porque querem ser mais do que outros animais com igual capacidade de pensar e subverter? o que entendo é que antes de tudo voces querem se superar, mas sem admitrem que sao meros humanos. volto mais uma vez a literatura que exibem em suas letras. essas letras, se sao suor e sangue, sao do tipo mais comum, igual a que todos temos, e nao de um ser especial(seja esse ser aquele que pensa sofrer mais do que outros, ou que se acha mais apto em algum criterio). sinto, senhores e senhoras, mas assim como voces sou tao comum como os politicos a quem xingam, como a namorada para quem se declaram, como os ricos que voces deploram, os pobres que admiram, como a todos que juntos se formam de braços e pernas. mas sou tao humano, passo tao longe de ser diferente, que consigo me enxergar na medida em que me componho. caso queiram argumentar que ate mesmo nisso(no fato de ser humano) eu falo como se fosse diferente, como se me sentisse no direito de nao me aparentar a voces, eu respondo que nao sou eu quem quer metamorfosear carne e sangue. nao me culpem por ser a unica coisa no qual sei que posso obter sucesso(assim como todos da minha especie) - ser um humano - se sao voces que renegam a si mesmos em troca da tal 'individualidade', ou a favor ta propensa ''identidade'. nao queiram se aproveitar das nossas capacidades de ser um 'completo' apenas para favorecerem suas expectativas inalcançaveis, e me colocar como o alvo das suas disputas e de seus disparos de rojoes ideologicos. se é pobre, preto, lesbica, dona de casa, excluida, amante, rebelde, ou tudo mais, saiba que sou tanto quanto voces, e sou ainda mais, porque nao utilizo adjetivos como esses para tentar criar um sinonimo do que realmente sou - um ser humano.
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* carta aos que se esquecem o que sao
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segunda-feira, 30 de junho de 2008

sexta-feira, 27 de junho de 2008

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cara, fala serio, galera sem humor. o importante 'e a piada. vamos falar como gente grande por aqui: cade a arte? eu pensava que o combustivel de alguns fosse o sofrimento, mas parace que alguem esqueceu de apagar o cigarro no posto e acabou explodindo. puft, desapareceu. o negocio 'e o seguinte, voces sao de lua. tem que comecar a agir na vida sem esperar que o sol de bom dia. na verdade os melhores dias sao os nublados. mas dou os parabens, algumas pessoas sabem se esconder melhor do que outras. e nem precisam de nuvens pra isso. alguem, por gentileza, abre a cortina, e tira o "mudo do mundao".
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vou ali tratar de uns assuntos hilarios com os lusitanos e volto outro dia.
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quinta-feira, 26 de junho de 2008




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pelo menos um quadrinho pra data nao passar em branco neh


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1 Ano
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de Di Persona
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quarta-feira, 18 de junho de 2008

sobre arte

sobre arte


http://www.fotolog.com/enxofre/32273164 (parte um)
http://www.fotolog.com/enxofre/32469870 (parte dois)
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cara ...voces sao uns inuteis...passamos algumas semanas fora e voces deixam o blog pras moscas...
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sexta-feira, 30 de maio de 2008

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quarta-feira, 28 de maio de 2008

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na tela
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tinta
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na tela
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cor
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na tela
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ritmo
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na tela
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som
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na tela
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luz
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na tela
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imagem
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na tela
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sentimento
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na tela
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amor
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poesia
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na tela
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do computador
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na tela
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do computador
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