segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Batalha dos Homens

(livro dos homens - cap.1: The Twin Room Project , parte um)
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Depois de subir alguns andares de elevador, Suan convence-se a continuar o caminho pelas escadas ate o seu apartamento. Mora no penúltimo andar. Por conta de problemas mecânicos tem de subir cinco lances de escadas ate sua porta. Não é novidade perceber que talvez seja o único a fazer o caminho penoso pelas escadarias maltratadas do topo do edifício. Cada degrau é um passo ou ate menos. Seu pé quase não se apóia sobre o cimento de planejamento defeituoso. As escadas são curtas, muito perto umas das outras. Mais do do que desprenderem ruídos insuportáveis e serem incomodas para qualquer ouvido, elas são perigosas. Elas não caem, não quebram, e tão pouco dão sinais de envelhecimento. O verdadeiro drama não estão nesses retângulos de tom obscuro, que quisera alguém que não combinasse com as paredes pintadas de cal e água, e sim em cada segundo de tempo que se perde em pensamentos no fôlego de se chegar ao destino que elas levam. Cada gota de suor, cada suspiro, cada esforço de músculo não é nem minimamente compensado pela imaginação descrente do homem que trilha essas escadarias sufocado senão pelos próprios infortúnios, ao menos pela ausência de ar e excesso de 'xileno' que se exala das cores que deveriam ser de tinta. Da falta do que respirar, ele contenta-se então em inalar um 'algo' que não define se sai daqueles cubículos ascendentes, ou de sua própria camisa. Quanto ao calor ele não reclama. Quem dera se naquela atmosfera fria pudesse haver uma brisa quente, abafada, úmida. O caminho vai chegando ao fim e cada marca de sola de sapato que Suan deixa na poeira do chão, o faz lembrar que ninguém mais alem dele ousa desafiar os últimos andares esquecidos.
Ele chega a porta de seu 'lar' desleixado. Não faz esforço para tirar as chaves do bolso. Simplesmente gira a maçaneta, entra, e perde-se na escuridão de alguns poucos cômodos.
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