Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe
valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.
Carlos Drummond de Andrade
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6 comentários:
Solidão é a pior coisa que existe, é ter com o que ser feliz e não ser, alcançar o desejado e não se satisfazer, só quem não sente a solidão gosta de falar sobre ela.
e a paixao...entao podemos dizer que so quem nao eh apaixonado e´que gosta de falar sobre amor(paixao)? sera isto certo...um ser que fala...que diz que sente...realmente nao sente?sera mesmo que quem fala de solidao nao a tem realmente..?ou essas sao indagaçoes radicais...que nao levam em consideraçao as variaveis e as singularidades....
acho que em certos momentos a relatividade só faz confundir as palavras, se alguém diz que "só quem não sente a solidão gosta de falar sobre ela." é porque, por mais que não seja inteiramente verdade, o autor pelomenos consegue sentir isso
vou pegar um pouco pesado agora...vou pedir ajuda ao mais "di persona" de todos...nao mais nao menos que:
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
fernando pessoa
é, ai eu fiquei a ver navios
navegar é preciso ahahheh
rsrsrs...aeh ...nao vao levar pro lado pessoal hein...
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