segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Capitulo 30 – O Fim

Com os olhos fixos e entreabertos, entregou-se ao pranto. A lagrima que escorria era tão doce quanto as mais distintas e inesquecíveis lembranças, que jamais poderia novamente chegar a escrever juntamente com a amada. Não perdoou-se, de desistir de si mesmo, de naquele momento abdicar de uma oportunidade única de ser feliz. “Mas vale a pena?”, pensava. Sabia que sim. Mas não podia calcular o quanto mais a pessoa de quem gostava poderia resistir ao tamanho desconforto de não retribuir ao amor que ele lhe conferia. Então não hesitou, disse:
-Não devemos mais pensar sobre isso. Não criemos expectativas. E sigamos nossas vidas, como se você soubesse que não gosto mais de ti. Como se eu admitisse que não sou um apaixonado. Seguirei acreditando que posso mentir ao meu sentimento. Andarei no caminho da desavença entre o racional e o sentimental, entre a mentira e a honestidade, entre o jogo de dados e um amor de verdade.
Resistiu ao menos uma vez ao seu vicio – o da paixão.
Deu um passo a frente, e sem pedir ou pensar, abraçou-a. Um abraço, que infelizmente, o fez perceber a verdade que encostava-lhe no peito. Apesar de extremamente quente e carinhoso, era o gesto mais vazio que jamais havia sentido. Sua pele ardia ao toca-la, mas no interior de sua mente, que mudará do cume alto de seu corpo para a mais protegida das regiões do seu corpo, o coração, reinava somente o “vago”, o “vão”. “È de novo a solidão”, pensou.
E proferiu as suas ultimas palavras da noite:
-Devo aprender agora a me contentar com algo que seja menos do que o amor que sinto por ti, menos que sua presença. Devo aprender a me contentar com algo que é menos do que um abraço, pois sei que nem isso me satisfaz. Devo aprender a me contentar com poucos e simples pensamentos, pois nem mesmo às lembranças posso recorrer.
“Com o que se contentar então”, indagou-se. A resposta veio-lhe quando se soltaram, e ela se foi.

Devo contentar-me...
...com o menos que um!
...com um pedaço de carvão, que representa o fim da vida, mas se fantasia sob a forma de grafite!
...com ideias vagas e obscuras, que ainda insisto em tentar colocar num pedaço de papel!

Devo contentar-me, caro leitor...
...com o que de malgrado escrevo!
...com o que de malgrado e impaciente você lê!

Devo contentar-me...
...com menos que um!
...com o menos que você!

Devo contentar-me então...
...com a desvirtue da vida!
...com a impaciência da morte!

Com...
a minha simples...
e desalegre...
solidão!

Fim.

retirado do livro "Agonia de 'Morais'", de vinicius.(um livro que eu escrevi nas ultimas semanas).

5 comentários:

Anônimo disse...

que ponto vc chegou...aquele que ,de tanto querer, acaba acreditando numa utopia de paixao

Anônimo disse...

mas tem a crença que vive numa solidao

Anônimo disse...

Foda-se! Foda-se, mesmo.

Anônimo disse...

Sabe, espero que o resto do seu livro seja melhorr...

Anônimo disse...

ahahahaha...ateh que enfim uma critica construtiva por aqui...kkkkkk