expiraçao de 'liliu' e 'liricu'

de liliu.

Se o caso
infecta a mente que perde-se em brilho,
o acaso vinga
seus tais versos de ideias em estribilho.
E no percalço do perfeito
encontra em àtonas o safico e não heroico.

Conta todo tonico.
Abusa de palavras.
Estupra ideias e pensamentos alheios.
“-desordeiros!” do equilibrio descontido
“-escondido apenas em mim”.
Esquece que seus casos são repetidos.
Nas cicatrizes de feridas auto-flageladas,
belas desculpas à vingar-se do proprio deus.

Não denomina-se ateu.
Recusa classes: rico ou plebeu.
Sente amarga falta de cor.
Seja preta ou incolor.
Reduz a todos a um pensamento.
Denomina 'suspeito'
qualquer que lhe abra o peito.

Faz da razao 'na-morada'.
Emoçao e poesia bem trabalhadas.
Sagacidade inventiva.
Admitimos seus talentos,
mas zomba da sorte da vida.

Talvez fosse até genio antes do seu tempo,
se defizesse dos inimigos:
o 'lirio' e o ardiloso intento.
Paixao e razao,
a maior dualidade de pensamento:
liliu-”ideal” que se quer amado;
liricu- romantico, apaixonado.

de liricu.

A vida que pediu 'adeus',
que num gesto diabolico não se concebeu,
o transformou num janota enfeitiçado
pelas propagandas de ser um amado.
E oq ue na oraçao de tempos atras
não conseguiu,
tentou por 'si mesmo' sem sucesso
obter retribuiçao com amores confessos.

Chora.
Chora.
E fingi que ri,
somente para não perguntarmos.
E se mencionarmos que sofre,
recusará aceitar tal sorte,
e dira somente:
“-sofro. Mas sei viver em morte.”

na busca que trilha no caminho
que espera saber que merece,
tens eu que canto em prece,
para que viva
ao menos um único amor correspondido.
Para que não se afogue nas lagrimas
dos mazelos de tal vida.


pri. dos santos